terça-feira, 5 de julho de 2011

Releitura do Conto "O ESPELHO - MACHADO DE ASSIS"

“- Nada menos de duas almas. Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de fora para dentro... A alma exterior pode ser um espírito, um fluído, um homem, muitos homens, um objeto, uma operação”
Machado de Assis
Em uma bela noite um grupo de senhores, que sempre se reuniam estavam discutindo sobre os assuntos de alta transcendência. Um dos integrantes estava no mais puro silêncio. Em uma determinada noite ele quis falar – narrava uma história de sua própria vida e não aceitava réplica. “Em primeiro lugar, não há uma só alma, há duas...” Esta frase os chamou muito atenção, e reafirmou que existem duas almas: uma exterior, outra, interior. Sendo que a alma exterior não é sempre a mesma, sempre estamos modificando-a com as circunstâncias da vida. As duas se completam, e se perdermos nossa alma interior somos incompletos, muitas vezes perdemos a nossa existência interna.
Sr. Felipe continuava relembrando os fatos de sua vida as 25 anos quando foi concursado na Brigada Militar. Com isso passou a ser a pessoa principal de sua família. E passou a ser chamado se Sr. Alferes. Não se passou muito tempo uma tia que morava a umas léguas dali, o convidou para passar uns tempos em sua fazenda, mas teria que ir fardado. Com o passar dos dias ia tendo certas regalias de uma autoridade. A grande relíquia da casa, um enorme espelho, foi colocada em seu quarto onde poderia ficar se admirando. “- O alferes eliminou o homem. Durante alguns dias as duas naturezas equilibraram-se, mas não tardou que a primeira cedesse à outra; ficou-me uma parte íntima de humanidade. Aconteceu então que a alma exterior, que era dantes o sol, o ar, o campo, os olhos das moças, mudou de natureza, e passou a ser a cortesia e os rapapés da casa, tudo o que me falava do posto, nada do que me falava do homem. A única parte do cidadão que ficou comigo foi aquela que entendia com o exercício da patente, a outra se dispersou no ar e no passado.” Uma filha de sua tia ficou muito doente e ela teve que se ausentar por alguns dias. Ficaram na fazenda os escravos que utilizaram suas cortesias e louvores “Nhô Alferes é muito bonito, nhô alferes há de ser coronel”. Com alguns elogios escondiam suas verdadeiras intenções. Na manhã seguinte, todos haviam fugido.
Sr.Felipe ou Sr. Alferes, após muitos dias, no silêncio e na solidão tornara-se um boneco que mal se alimentava, seu corpo estremecia de dor ou cansaço. Durante muitos dias não se olhou no espelho num impulso inconsciente, mas depois de alguns dias olhou-se no espelho procurando encontrarem-se dois, mas o que viu foi uma figura vaga, dispersa, mutilada. Sabia que pelas leis físicas aquilo era impossível, mas o que sentia e via era real. O espelho refletia uma decomposição de contornos. Em desespero, em meio a feições fragmentadas e deformadas, teve a ideia de vestir a farda de alferes e tornou a olhar. Assim tornou-se a encontrar sua alma exterior. E o passa a ver com suas duas almas. E assim faz todos os dias veste sua farda e lhe admira diante do espelho, deixando suas duas almas em sintonia um completando a outra.

Aluna: Juliana Helena Müller Gehlen

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Atividade Multimidial

Tema: Trânsito

Objetivo: Conscientização e Valorização da Vida

Público: Adolescente

Música para reflexão:

Quando o Sol Se For Meu Amor - Detonautas
Composição : Dj Cleston/Fábio Brasil/Renato Rocha/Rodrigo Netto/Tchello/Tico Fontenelle

Penso no que faço
No que fiz e no que vou fazer
Hoje o seu retrato só me mostra
O que eu quero esquecer...
Quando o sol se for
Meu amor
Vou onde você for
Quando o sol se for
A luz indicará você pra mim...
Passo o tempo todo
Tudo passa
Passa a solução
Sempre saio a noite
A noite sempre
Deixa a sensação...
Quando o sol se for
Meu amor
Vou onde você for
Quando o sol se for
A luz indicará você pra mim...(2x)
E eu fico a te esperar
Abro os olhos mas não posso ver
Não me canso de tentar
Eu não quero entender...
Penso no que faço
No que fiz e no que vou fazer
Hoje o seu retrato só me mostra
O que eu quero esquecer...
Quando o sol se for
Meu amor
Vou onde você for
Quando o sol se for
A luz indicará você pra mim...(3x)
Fui! Fui! Fui!....


Sinalização:




















Rep:


PENSE NA VIDA

Se liga meu irmão
No que eu vou te falar
O transito é coisa seria
Que não da pra se brincar

Em tudo que tu pensa
Tu pensa na tua vida
Tu vida é coisa seria
Que não da pra ser perdida

Sua vida pode ser longa
Se você aproveitar
Ou também pode ser curta
Se você embriagar

Você não pensa na tua família
Quando sai para se embriagar
Se você se matar
Sua família vai chorar


G.R.M idade 12 anos



Atividade realizada pelas professoras Juliana e Suzana

terça-feira, 14 de junho de 2011

Atividade Multimidial

Tema: As origens do Rio Grande Sul

Objetivo Geral: Demonstrar um pouco da cultura gaúcha e nossas tradições.

Bandeira:




Música: Os Serranos

Céu, Sol, Sul

Eu quero andar nas coxilhas sentindo as flechilhas das ervas do
chão
Ter os pés roseteado de campo ficar mais trigueiro como o sol
de verão
Fazer versos cantando as belezas dessa natureza sem par
E mostrar para quem quiser ver um lugar pra viver sem chorar
É o meu Rio Grande do Sul céu, sol, sul terra e cor
Onde tudo que se planta cresce o que mais floresce é o amor
É o meu Rio Grande do Sul céu, sol, sul terra e cor
Onde tudo que se planta cresce o que mais floresce é o amor
Eu quero me banhar nas fontes e olhar horizontes com Deus
E sentir que as cantigas nativas continuam vivas para os filhos
meus
Ver os campos cheios de crianças sorrindo felizes a cantar
E mostrar para quem quiser um lugar pra viver sem chorar
É o meu Rio Grande do Sul céu, sol, sul terra e cor
Onde tudo que se planta cresce o que mais floresce é o amor
É o meu Rio Grande do Sul céu, sol, sul terra e cor
Onde tudo que se planta cresce o que mais floresce é o amor

Poesia Declamada

Negrinho do Pastoreio
Autoria: Jayme Caetano Braun

Ditados Gauchescos

Mais perdido que cego em tiroteio.
Mais amassado que dinheiro de bêbado.
Mais comprido que esperança de pobre.
Mais faceiro que guri de bombacha nova.

Costumes

Churrasco
Chimarrão
Vestimenta

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Uma Poesia para o final de semana....

                                                        Abração a todas as queridas colegas do blog!!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Imagem e Poesia.

Tarsila do Amaral " Percurso Afetivo"


            No vasto silêncio das lembranças

       E quando elas me vêem vão causando euforia
       São horas que me recordo dos lindos finais dos dias
       Tinham navios, gaivotas e barcos todos na mais perfeita sintonia...
       E hoje sinto saudades dos tempos em que no final da tarde feliz sorria....

      No silêncio doces lembranças das tardes quentes de sol...
      Em que me sentava na areia e olhava pro farol...
      Tão distantes um do outro..
      Mas que cumplicidade serena me tocavas num acalanto!!

       Uma imagem doce em nevoas...
       Vai surgindo e me embriaga..
       Sinto um cheiro de perfume misturado com saudade
       Você  volta  e transborda o coração de alegria

      Em que sinto tua presença..e esta me faz feliz.
      Pois a cada minuto aqui...
      A saudade me invade...
      E aqui nem parece que estou em uma cidade!!

      Os chalés bem de mansinho...
      Com casas grandes e pequenas..
      Vão colorindo a paisagem...
      Tornando a saudade amena!!!

       E sua doce presença me acalma o coração
       Pois sei que em cada por do sol...
       Em cada doce segredo....
       O despertar do sonho vai escorrendo entre meus dedos!!
   

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A CARTOMANTE


Há mais coisas no céu e na terra do que se pensa. É impressionante como os fatos acontecem com a maior naturalidade, incentivados pela crendice.

Laura e Joana são grandes amigas. Joana é casada com Luiz. Os homens não acreditam em cartomantes e Luiz além de não acreditar não aprova as visitas de Joana a elas e ria dessa atitude.

Certo dia Joana convidou Laura para ir a cartomante porque estava preocupada com a situação familiar. Laura foi a primeira a fazer a consulta. A cartomante apenas começou a botar as cartas, e disse "A senhora vai gostar de uma pessoa..." Confessei que queria isto sim, e então ela continuou a botar as cartas, combinou-as, e no fim declarou-me que eu tinha que lutar pelo meu amor, que seria correspondida. Declarou ainda que o meu grande amor seria um homem alto de olhos claros, esportista, o qual fazia parte da minha rotina diária.

— Errou! interrompeu Laura, rindo.

— Não diga isso.  Não ria de mim, não ria...

A cartomante pegou-lhe nas mãos, e olhou para ela séria e jurou que lhe falava a verdade.

Laura ficou assustada, afinal o homem que a cartomante descreveu seria o Luiz, marido de sua grande amiga.

Joana foi logo após para a consulta. A cartomante disse a ela que seu marido ainda mantinha-se fiel, mas logo ia surgir alguém por quem iria se apaixonar perdidamente. Joana pela primeira vez se arrependeu de ter ido a uma consulta com cartomante, mas ficou com a pulga atrás da orelha...

Laura respeitava muito Joana, porém depois do que a cartomante falou, começou a olhar Luiz com outros olhos...

E assim o tempo foi passando, Luiz percebera que Laura estava diferente com ele... Seus olhares se cruzavam a cada dia com mais intensidade...

Laura não conseguiu mais esconder a situação. Apaixonou-se por Luiz contou a ele o que estava acontecendo. A cartomante descreveu que seu grande amor seria ele e que ela deveria lutar por seu grande amor.

A prova é que ela agora estava tranqüila e satisfeita.

Ele ia falar, mas reprimiu-se. Não queria arrancar-lhe as ilusões. Também ele, quando criança e jovem foi supersticioso, apostava em simpatias e crendices para a vitória em um jogo de futebol, mas aos vinte anos passou esta fase e acreditava apenas no real, a olhos vistos.

Luiz não acreditava em nada. Por quê? Não poderia dizê-lo, não possuía um só argumento: limitava-se a negar tudo. E digo mal, porque negar é ainda afirmar, e ele não formulava a incredulidade; diante do mistério, contentou-se em levantar os ombros, e foi andando.

Separaram-se contentes, ele ainda mais que ela. Laura estava certa de ser amada; Luiz, não só estava envolvido, como via-a estremecer e arriscar-se por ele, correr às cartomantes, e, por mais que a repreendesse, não podia deixar de sentir-se lisonjeado. Homens gostam de sentir-se desejados e causar insegurança às mulheres.

Começaram os encontros...

O local era a própria casa de Laura, na Rua Rio de Janeiro, a três quadras da casa da cartomante. Luiz não segurou a curiosidade. Em uma de suas visitas a casa de Laura, Luiz não se conteve e foi até a casa da cartomante para ver o que ela iria lhe dizer. Durante a consulta, lhe disse que ele seria muito feliz, mas que esta felicidade iria durar pouquíssimo tempo. Ele saiu dali, sem entender direito o sentido daquelas palavras. Porém não preocupou-se pois não acreditava mesmo no que ela havia dito.

Laura, Joana e Luiz, três nomes, uma aventura e nenhuma explicação das origens. Nem experiência, nem intuição. Uniram-se os três. Convivência trouxe intimidade. Pouco depois a cartomante escreveu seus destinos e assim aconteceu, porque Laura preferiu acreditar nas palavras dela do que ouvir o que seu próprio coração dizia (-Não machuque sua amiga! O Luiz não é pra você. Logo vai conhecer alguém livre para amar.).

Luiz, ao sofrer uma queda quando percorria as águas do Rio Jacuí em um bote, praticando canoagem com os amigos, precisou fazer uma cirurgia de risco e ficou com as pernas comprometidas. Então necessitava de fisioterapia, e como se fosse escrito nas estrelas recebia tratamento domiciliar diário, por Laura, que era justamente fisioterapeuta. Joana agradecia muito o empenho da amiga, mal sabia ela o que estava realmente acontecendo nas sessões de tratamento.

Passados dois meses, Joana, no aniversário de Luiz resolveu fazê-lo uma surpresa, saindo mais cedo do trabalho e chegando em casa com um presente especial, de incentivo, uma bengala, a qual ele poderia começar a usar logo para caminhar sozinho, porém foi ela quem teve a maior das surpresas...

Presenciou uma linda cena de amor entre Laura e Luiz...

Que decepção!

Lembrou-se na hora das palavras da cartomante, em que seu marido iria se apaixonar loucamente por outra mulher. O que ela não imaginava que seria justo pela sua grande amiga Laura.

O ódio naquela hora foi maior que tudo e finalmente desceu no porão da casa, pegou a arma que estava guardada, e terminou com a festa. 

Foram dois tiros certeiros, que não deixaram espaço para nem mais um dia de traição.

FIM